Enfim, chegou! É certo que em algumas das Unidades Federativas haverá outro sufrágio; é quase certo que o mesmo acontecerá no plano nacional, com o inquilino do Palácio da Alvorada sendo escolhido no final deste mês; mas a grande maioria dos candidatos deste ano, os que disputam cargos parlamentares nas duas Casas federais e nas Assembléias regionais descansarão a partir de segunda-feira – uns felizes, outros já pensando no próximo pleito.
Na maioria dos países por este mundo afora que realizam eleições o dito sufrágio é feito de modo voluntário, isto é, o eleitor não é obrigado a comparecer ao local de votação. Uma vez diante da urna, cabe-nos escolher em quem votar, abster (votar em branco) ou protestar (anular o voto). De minha parte, não consigo me imaginar não votando.
Na maioria dos países por este mundo afora que realizam eleições o dito sufrágio é feito de modo voluntário, isto é, o eleitor não é obrigado a comparecer ao local de votação. Uma vez diante da urna, cabe-nos escolher em quem votar, abster (votar em branco) ou protestar (anular o voto). De minha parte, não consigo me imaginar não votando.
Esta campanha decepcionou-me. Pela realidade que vivemos, pelo empenho nas disputas pelos cargos – mormente os do Executivo dos dois níveis – e por imaginar que o eleitor de agora exige mais, esperei idéias e propostas para apreciarmos e, assim, escolhermos os nomes que marcaríamos no mínimo teclado. Mas o que vimos...
E pensar que nunca nos comunicamos tanto! Além do rádio, da tevê e da mídia impressa, temos hoje as redes sociais via Internet. Mas vimos candidatos (policiais) prometendo acabar de vez com a violência, mostrar algemas e pistolas, escolher números que lembram calibres e mesmo algemas e assegurar que mudará a lei para punir menores.
Acho também que é preciso conter essa garotada imberbe que furta, rouba, ameaça e mata! Mas isso é perfeitamente possível, basta que se alterem algumas dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente; como está, nós vimos esta semana, as autoridades não podem sequer intervir onde a família falhou – refiro-me aos meninos de nove anos, da Grande Goiânia, ambos com incontáveis passagens pelos Conselhos Tutelares; podem sequer ser internados para tratamento, pois o ECA o impede; e, em segundo lugar, essas crianças “não aceitam” ser tratadas.
Milhares e milhares de candidatos foram ouvidos em todo o Brasil nestes dois meses de propaganda que dizem ser “gratuita” – gratuito é esse eufemismo; alguém paga por isso e, é claro, a conta é paga por quem não está à ponta da mesa, mas em torno dela: o contribuinte. E contribuinte é muito mais que eleitor – é o cidadão brasileiro que consome qualquer coisa!
A propaganda, em Goiás, em cerca de 80% de tudo o que ouvimos, foi deplorável; no que toca a candidatos a deputados, melhor se ficássemos na legislação de Armando Falcão, lembram-se? Os candidatos eram “mostrados” na tevê em fotos 3x4 e uma voz-padrão lia seu mini-currículo – algo de três linhas, apenas.
Mas os debates... Ah, esses foram antológicos pelo pior! A nação inteira viu aquele candidato Fidélix vociferar contra homossexuais, “em defesa da família” e corroborando teses dignas do deputado Bolsonaro, o pai; mas Fidélix superou seu ídolo, que comete baixarias e descamba para o folclórico; o candidato à Presidência deixou aceso o estopim do ódio e do preconceito.
E no plano local, um professor do Entorno, de voz fina e péssimo português, em dado momento acusou todos os demais candidatos de terem “rabo preso” e só ele que não... Ao generalizar, talvez ele tenha escapado de um processo por agressão moral, mas deixou no ar uma dúvida: estava ele fazendo apologia ao rabo solto?
Uma possível vítima de Fidélix.
Texto do Acadêmico e escritor Luiz de Aquino, publicar originalmente em:
http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com.br/
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