Luiz de Aquino Alves Neto

Luiz de Aquino Alves Neto



Ao ser solicitado que o escritor Luiz de Aquino enviasse uma biografia sua para compor este site, ele escreveu uma requintada obra literária, que segue abaixo sem corte.

Presidente Adriano,

As pessoas mais velhas de Pirenópolis - quero dizer, as da minha idade e os mais velhos - referem-se a mim como "Luiz de Aquino, o neto", para não me confundirem com meu avô Luiz de Aquino, o seresteiro, que já foi biografado nesta página eletrônica. Sou o primeiro neto do maestro Luiz de Aquino. Meu pai, Israel, mudou-se aos 17 anos para Caldas Novas e ali se casou com minha mãe, a mineira Lilita (Hélia Borgese de Aquino Alves; é Borgese mesmo, não é Borges).

Tinha seis anos quando, pela primeira vez, passei uma temporada em Pirenópolis, em casa do meu orgulhoso avô-xará.

Foi nessa época que me afoguei pela primeira vez, ao jogar-me nas água da Ramalhuda - ou Ramaiúda, como diz nosso povo - e fui salvo por um dos banhistas.

Daí em diante, voltei outras vezes... Enquanto morei no Rio de Janeiro (dos 10 aos 18 anos), estivem em Pirenópolis apenas uma vez, era janeiro de 1961. Foi aí que experimentei o segundo beijo na boca ( e o terceiro, o quarto e até perder a conta), fiz incontáveis serenatas ao lado do tio Ismael (clarineta) e de Dito de Melani (trompete). Dois anos depois, fixei-me em Goiânia e amiudaram-se as minhas viagens a Pirenópolis, intercaladas com as que fazia a Caldas Novas, o meu berço.

Nessa época, o vírus da poesia e dos contos já dominava meu sangue. E com isso, o apego ao belo sexo. Tudo isso misturado com Lua Cheia, o perfil dos montes da vetusta Meia-Ponte, a musicalidade do meu avô e dos parentes em geral acabou me transformando no inevitável: um boêmio jamais arrependido.

Foi em Pirenópolis, no dia 6 de outubro de 1978, que lancei meu livro de estreia - O Cerco - apresentado, em prefácio e na festa de lançamento, pelo saudoso professor Joaquim Gomes Filho.
Casei-me uma vez e tive três filhos (Élia Maria, Leonardo e Fernando), casei-me outra vez e não houve tempo para ter filhos; e casei-me de novo, e tive o Lucas, agora com 19 anos.

Publiquei muitos livros, de prosa e de poesia. Um deles, Meia-Ponte do Rosário, Pirenópolis, surgiu em agradecimento aos vereadores de nossa terra por terem me concedido a honra de um título de Cidadão Honorário (setembro de 2009), por iniciativa de Heli de Sá, então presidente da Câmara.

Orgulho-me de ser membro-fundador da APLAM - Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música, que presidi por alguns anos, na qual tenho por patrono meu saudoso avô Luiz de Aquino Alves. E orgulho-me igualmente de ser membro efetivo da Academia Goiana de Letras.

Mas orgulho-me ainda mais por situar-me entre os escritores que mais escrevem ou escreveram sobre Pirenópolis, em prosa e verso, e ainda em letra de música (em 1975, com o parceiro José Pinto Neto, compus Sentimento Pirenopolino - um dos hinos não oficiais de nossa terra, que o primo Luiz Antônio Godinho não cansa de divulgar).

Continuo vivendo em Goiânia e visitando Pirenópolis sempre que possível ou necessário (ou em ambas as condições). E continuo amando esta terra, escrevendo sobre ela e povoando minhas memórias com tanta coisa boa aqui vivida!"

Luiz de Aquino
​Escritor e acadêmico
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