PÉRSIO RIBEIRO FORZANI
Membro da Academia Pirenopolina de Letras,
Artes e Música (Aplam)
Ocupante da Cadeira nº 07
Patrono Inácio Pereira Leal
Pérsio
Ribeiro Forzani (Pirenópolis, 8.2.1931) começou a pintar com carvão no
adobe dos muros aos oito anos de idade e, apesar da deficiência física,
aprimorou-se nos estudos para aventurar-se na tinta a óleo e pincel. Deu
certo. Atualmente, suas milhares de telas se espalham pelo mundo todo.

extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
O
tema de suas pinturas é sempre a cidade de Pirenópolis, que retrata em
traços que são característicos de sua arte. Você pode nunca ter visto
uma determinada tela de Pérsio, mas se a encontrar em alguma parede, é
capaz de afirmar com certeza a autoria.
Seu
tema é sempre a amada Pirenópolis, na atualidade ou quando se chamava
Meia Ponte. Reproduzindo fotografias e descrições da cidade de
antigamente, seu trabalho é, além de arte, instrução que nos mostra a
história goiana.
Ele
é uma criatura dócil, que recebe qualquer pessoa em sua casa e não faz
distinção entre ricos e pobres, mendigos ou embaixadores. Sim, todos
frequentam a casa humilde de Pérsio. Lá dentro, quase nenhum móvel se
vê. Na sala, uma mesa simples com tamboretes. No quarto de pintura, o
cavalete e alguns bancos. No quarto de dormir, cama velha mas bem
cuidada, um guarda-roupas e uma cômoda com um oratório que tem o
interior pintado por ele.
A
pintura de Pérsio foi homenageada numa exposição realizada no casarão
histórico que é a sede da Celg em Pirenópolis, bem em frente à Matriz,
no dia 25.11.2005. Foi uma noite memorável, com direito a sarau,
discursos emocionados e, principalmente, com a presença de muitos jovens
interessados em conhecer esse ilustre pirenopolino. Pela grandeza desse
evento, será tema de um artigo em separado.
Uma
outra grande homenagem para Pérsio foi feita no Teatro de Pirenópolis,
dia 4.6.2010, num sarau abrilhantado por músicos e poetas pirenopolinos
ou ligados à velha cidade. A ideia foi da Secretaria de Cultura de
Pirenópolis, na pessoa do secretário Gedson, com apoio de José Nominato
Veiga (Zezé de Catirina), zelador do prédio do teatro e, obviamente, do
prefeito Nivaldo Melo.
No grande sarau, foi destaque a linda poesia que Luiz de Aquino compôs para o homenageado e que peço vênia para transcrever:
“Pérsio Forzani (o homem que pinta poesia)
Espalho-me ao tempo
ao sol que define os dias,
à Lua que benze as noites.
Nos anos mais verdes,
colhi serenatas plantadas nas ruas
de pedras, sem régua ou compasso.
Ouvi versos cantantes
e acordes dolentes; vi moças bonitas
nas janelas, silentes...
Era um tempo de estrelas
e risos sem censura. A gente vivia
vertigens, e era feliz.
Sol, luar, orvalho!
No verde, mais luz; mais vida
sob os astros.
Meus olhos desenham os morros,
perfis sob azul infinito, moldados
aos traços das línguas dos rios.
A ponte, o amor clandestino.
Carmo, Bonfim, Matriz do Rosário,
Lembranças de eu-menino...
Meus olhos colheram paisagens,
Memória transforma em saudade,
Pincel faz arte e riqueza.
Terra e gente meia-pontense:
Hino e presépio, história em imagem:
Obras de Pérsio, jóias da terra.”
Foi Pérsio Forzani quem criou e pintou o simbolo da Aplam.