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Foto: João Basílio de Oliveira |
Já
vai longe o tempo em que Pirenópolis era apenas do pirenopolino. Desde
que se abriu para o turista, ali no final da década de 1960 e princípio
de 1970, que nunca mais foi a mesma. Quero ressaltar que não sou contra
turista, de forma alguma, pois também sou um deles. De que adiantaria
ter esse patrimônio todo (material e imaterial) se não há ninguém para
apreciar?!
Mas
tudo tem um limite. Antigamente, quando morria alguém da família, logo
dividiam o patrimônio e a casa ficava para quem a quisesse conservar.
Uns perdiam aqui, outros abriam mão acolá, e no fim ficava muito bem a
partilha porque preservavam a memória dos seus. Nos dias atuais em que
manda a ambição e o dinheiro, ninguém quer saber de deixar nada para
parente. Então morre alguém e já colocam logo o centenário casarão à
venda. Basta um rápido passeio pela rua Direita para comprovar o que
digo.
Na
foto acima vemos a fachada da casa sede da chácara de Cornélio Jaime
(Nenê Jaime), local onde por muitos anos funcionou o Hotel Quinta Santa
Bárbara (com algumas modificações), mas que agora foi tudo devastado
para ali implantar o famigerado Time-Share (ou Propriedades em Tempo
Compartilhado), do qual sou ferrenho opositor. Com o falecimento de
Cornélio, imediatamente a família vendeu tudo a preço de banana, e hoje é
uma área variosíssima no Centro Histórico de Pirenópolis.
É
preciso uma visão do pirenopolino mais voltada para preservação do
nosso riquíssimo acervo cultural. Do contrário, corremos o risco de
vivermos numa cidade como outra qualquer, que não tem mais espírito e
que serve apenas de cenário.
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