Manhã de sábado cinza, continuando a semana, permeando o solo para que as coisas do chão possam vir às nossas mesas. Manhã de boa vontade, e uma vontade de não fazer senão o que faz encanto, respeitando tudo o que jaz num canto (de casa ou das cidades, como coisas de mero adorno ou referências de memória, saudade e tristeza).
Ruim isso de lembrar o que é triste – deixo pra lá, pois! Queria ter mãos feito olhos, mãos capazes de desenhar o que vejo... Então desenho com o olhar e encanto-me das folhas do pequizeiro à janela, do voo colorido do canário-da-terra, do cantar de ébano de um pássaro que não identifico. Anteontem, colhi rosas brancas e as ofertei à Senhora Aparecida, madrinha da Pátria. Confiro as atas nos pés, preencho o silêncio com os sons de flauta transversal, pandeiro, violão de sete cordas, bandolim... Obviamente chorinhos maviosos, coisas de evocar o pai sem tristeza, imagens da mãe a oferecer acepipes, algum tio chegante com cerveja e dois amigos. É bom lembrar a casa infante, irmãos menores e chatos – mas indispensáveis, insubstituíveis, infalíveis!
Ruim isso de lembrar o que é triste – deixo pra lá, pois! Queria ter mãos feito olhos, mãos capazes de desenhar o que vejo... Então desenho com o olhar e encanto-me das folhas do pequizeiro à janela, do voo colorido do canário-da-terra, do cantar de ébano de um pássaro que não identifico. Anteontem, colhi rosas brancas e as ofertei à Senhora Aparecida, madrinha da Pátria. Confiro as atas nos pés, preencho o silêncio com os sons de flauta transversal, pandeiro, violão de sete cordas, bandolim... Obviamente chorinhos maviosos, coisas de evocar o pai sem tristeza, imagens da mãe a oferecer acepipes, algum tio chegante com cerveja e dois amigos. É bom lembrar a casa infante, irmãos menores e chatos – mas indispensáveis, insubstituíveis, infalíveis!
Viagem de pensamento – coisa que pratico desde sempre em mim. Dia desses, defini para alguém que não tenho passado, pois passado é tudo o que havia no tempo antes de mim. Desde que nasci, vivo o presente – por sequência, sei que o futuro é tudo o que virá após a minha morte. Futuro é um trem abstrato, remoto, é tudo o que não vou conhecer em matéria. Futuro é um tempo em que hei de reencarnar noutra forma, outro corpo, outra mente, apenas este espírito que é meu agora, que já me fez homem ou mulher (quantas vezes?), bom ou mau, distinto ou delinquente, amoroso ou assassino, sei lá! Não quero meu passado, não – pode doer muito mais que me envaidecer; e não quero o futuro, só o terei quando a Vontade Superior determinar-me nova missão.
Meu tempo é um, pois! E é neste tempo que amanheço, desperto-me, alongo-me e levanto-me para novas ações sob o sol, como ouvir notícias, ler outras, curtir as cores e os movimentos – de asas e folhas, de algum carro ou moto passando lento na rua em frente. Olho as estantes, os livros, velhos cadernos, a resma de papel e a lembrança de ter escrito, um dia, acerca do desafio da folha de papel em branco – e era o tempo de eu-datilógrafo, escrevendo cuidadoso para reduzir as vezes em que copiaria tudo de novo até acreditar que dava o texto por pronto.
Bom dia, Sol! Boa dia, Natureza! Bom dia, Amores amigos, amantes, filhos, irmãos, tios, sobrinhos de três patamares, primos e companheiros de tantas jornadas de letras, de trabalho formal, de ensino e aprendizagem...
Bom dia, Anjos!
Acadêmico Luiz de Aquino
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