A relação do escritor com o leitor é
muito íntima, possessiva às vezes, complexa de vez em quando. Cada qual
doa um naco de si para compor esse relacionamento tão singular e
imprevisível. Mas o escritor se expõe mais, se deixa mostrar na nudez
apocalíptica de sua alma exposta. Por vezes recebe mensagens de leitores
inconformados, bravos com esse ou aquele posicionamento. E não é raro
que elogios brotem quando algum texto chegue ao consenso popular da
perfeição.
Meus
leitores, se lhes mostro meu lado mais vulnerável, vocês querem se
apossar de mim; se deixo vocês entreverem meu instante de bravo, recuam
como se nada tivessem com isso. Mas é assim que conseguimos balancear
esta relação eterna que nos afasta e une todas as horas de todos os dias
de minha vida.
E
assim eu sigo cá com meu pacote de sonhos recheados com aguardadas
doçuras. Eu os cato por aí, nas entrelinhas da vida, nas esquinas dos
revezes, nas horas tardias de plena poesia.
Meu
objetivo é juntar tanto sonho, mas tanto sonho, que um dia eu possa
montar minha própria confeitaria, daquela com vitrines iluminadas por
múltiplas cores e prateleiras abarrotadas de desejos satisfeitos. E no
dia da inauguração, vou convidar todos os caríssimos e amigos para se
fartarem comigo nesta aventura lambuzada de confeitos açucarados,
granulados e adoçados por gotinhas da luz do amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário