Os escravos urbanos

O fotógrafo português Christiano Junior foi um dos pioneiros da fotografia no Brasil, com trabalhos são datados de meados do século 19. Segundo informações da Biblioteca Nacional, ele foi o primeiro a produzir imagens exclusivamente de escravos. Eram quitandeiras, barbeiros e outros personagens comuns na época. As fotos eram vendidas como cartões postais a europeus.

“(…) A crueza de suas fotos, sem retoques tão ao gosto da época, a mensagem crua que alguns olhares de negros transmitiram para os contemporâneos (e para a posteridade), a presença do fardo do trabalho escravizado, os pés descalços, a persistência da África nos turbantes e Panos da Costa, tudo isso dá as imagens de Christiano um dom de testemunho, um quê de viagem ao desconhecido, que raros outros fotógrafos tiveram coragem de fazer, um olhar social (talvez involuntário) escondido no estereótipo do exótico, do primitivo, do bárbaro, do pitoresco, móvel comercial do seu apelo aos viajantes europeus de então. Christiano forjou um autêntico documento visual, ainda mal estudado pelos pesquisadores da escravidão urbana (ainda pouco estudada em contrapartida à rural). Seu olhar merece um novo olhar”, afirma Carlos Eugenio Libano Soares, doutor em História Social do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas e professor adjunto da Universidade Federal da Bahia, em artigo publicado no site da Biblioteca Nacional.

As imegens são do arquivo da Biblioteca Nacional: http://www.bn.br/portal/




  
   
 

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