“(…) A crueza de suas
fotos, sem retoques tão ao gosto da época, a mensagem crua que
alguns olhares de negros transmitiram para os contemporâneos (e para
a posteridade), a presença do fardo do trabalho escravizado, os pés
descalços, a persistência da África nos turbantes e Panos da
Costa, tudo isso dá as imagens de Christiano um dom de testemunho,
um quê de viagem ao desconhecido, que raros outros fotógrafos
tiveram coragem de fazer, um olhar social (talvez involuntário)
escondido no estereótipo do exótico, do primitivo, do bárbaro, do
pitoresco, móvel comercial do seu apelo aos viajantes europeus de
então. Christiano forjou um autêntico documento visual, ainda mal
estudado pelos pesquisadores da escravidão urbana (ainda pouco
estudada em contrapartida à rural). Seu olhar merece um novo olhar”,
afirma Carlos Eugenio Libano Soares, doutor em História Social do
Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas e professor adjunto
da Universidade Federal da Bahia, em artigo publicado no site da
Biblioteca Nacional.
As imegens são do arquivo da Biblioteca Nacional: http://www.bn.br/portal/
Nenhum comentário:
Postar um comentário