Joaquim Alves de Oliveira

BIOGRAFIAS
JOAQUIM ALVES DE OLIVEIRA


Joaquim Alves de Oliveira (Pilar de Goiás 18.08.1770 – Pirenópolis 04.20.1851) foi um grande produtor rural, agraciado com os títulos de Honra de Moço Fidalgo da Casa Imperial, Comenda do Cruzeiro, Comenda de Cavaleiro da Ordem de Rosa e a patente de tenente-coronel, sendo também o criador do jornal A Matutina Meiapontense.

Filho de Domingos Alves de Campos e de Páscoa Pinto de Oliveira. Em 1779, com a morte de seu pai, sua família passou sua guarda ao padre Antônio de Azevedo Batista, que o influenciou a seguir carreira eclesiástica, no Rio de Janeiro.

Em 1792, ao se descobrir sem vocação para o sacerdócio, resolve investir na carreira comercial, ainda no Rio de Janeiro. Em pouco tempo juntou uma pequena fortuna e retornou para o então arraial de Meia Ponte, abrindo frentes de comércio, viajando constantemente com mulas para transporte de mercadorias.
Casarão de Joaquim Alves de Oliveria
No ano de 1802, iniciou a construção do Engenho São Joaquim (hoje Fazenda Babilônia), que logo se tornou a maior propriedade agrícola da província e foi visitada por ilústres cientistas viajantes europeus, entre eles Auguste de Saint-Hilaire, que descreveu o imóvel em seu livro Viagem às nascentes do Rio São Francisco e pela província de Goiás. Além de plantar e beneficiar algodão e cana-de-açúcar, Oliveira se dedicava a insentivar a reprodução dos escravos para venda.

Casou-se, em 1803, com Ana Rosa Moreira, com quem teve três filhos. Dois morreram ainda crianças. Ana Joaquina Alves de Oliveira, a filha mais velha, casou-se com o coronel Joaquim da Costa Teixeira e mais tarde, no ano de 1833, provocou a morte trágica da mãe, que flagrou Ana Rosa em contato íntimo com um escravo e foi assassinada por ele.

A primeira e grande reforma da igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, ocorrida em 1830, foi custeada por Oliveira. Em 1811, pelo seu combate à epidemia de sarampo que assolou o arraial de Meia Ponte, foi honrado com poemas do primeiro poeta goiano, Florêncio Antônio da Fonseca Grostom.


Casa de Joaquim Alves de Oliveira com 365 janelas
Influenciado pelo padre Luís Gonzaga de Camargo Fleury, o Comendador Oliveira, em 5 de março de 1830, inaugurou a primeira tipografia de Goiás e editou o primeiro jornal do Centro-Oeste, chamado A Matutina Meiapontense, que circulou entre 5 de março de 1830 a 24 de maio de 1834, totalizando 526 números, tendo como primeiro diretor o padre Gonzaga.

E ainda naquele mesmo ano, no dia 3 de maio, fundou a primeira biblioteca de Goiás.
Em 1836, o governo de Goiás comprou a Tipografia D’Oliveira, para imprimir o Correio Oficial.
No dia 4 de outubro de 1851, o Comendador Oliveira faleceu em Pirenópolis, aos 81 anos.

Joaquim Alves de Oliveira é Patrono da Cadeira nº XXV da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música.

Fonte:
JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis, Goiânia: Editora UFG, 1971.
JAYME, Jarbas. Famílias Pirenopolinas, Vol. V, Goiânia: Editora UFG, 1971.
TELES, José Mendonça. A Imprensa Matutina. Goiânia: Editora CERNE, 1989.