JOSÉ REIS
José Raimundo Reis da Silva
(22.07.1939 – 28.05.2011) era membro-fundador da Academia Pirenopolina
de Letras, Artes e Música, da Sociedade dos Amigos de Pirenópolis, e um
grande defensor da cultura pirenopolina.
Foi um nordestino que se mudou para Brasília, ali constituiu família, formou-se em jornalismo e por fim, através de concurso público, trabalhou na publicação do Diário Oficial da União.
Foi um nordestino que se mudou para Brasília, ali constituiu família, formou-se em jornalismo e por fim, através de concurso público, trabalhou na publicação do Diário Oficial da União.
Certo dia, no princípio da década de 1980, manuseava Reis os
classificados do Correio Brasiliense à procura de um investimento,
quando deparou com uma notícia inusitada: “Vende-se casa em
Pirenópolis”. Ele que nunca havia visitado nossa cidade, colocou toda a
família no carro e veio parar na Rua do Rosário. Encontrou Dr. Emílio de
Carvalho sentado à soleira da porta, que lhe indicou, quase em frente à
sua casa, um casarão bonito, com muitas janelas azuis e um quintal
imenso, que chegava às margens do Rio das Almas.
José Reis comprou a casa e nunca mais deixou Pirenópolis. Dividia o
tempo entre a Capital Federal e a Terra dos Pireneus. Muito envolvido
com a área cultural, logo fez amizade com Maria Eunice Pereira Pina,
ajudou-a a fundar um jornal puramente cultural, o Nova Era, que circulou
na década de 1990. Depois fundou a Sociedade dos Amigos de Pirenópolis
(Soap) e ajudou a fundar a Academia Pirenopolina de Letras, Artes e
Música (Aplam).
Se Pirenópolis tem hoje uma Igreja Matriz restaurada, depois do
incêndio tenebroso, deve isso a José Reis, que arregaçou as mangas e se
dedicou com exclusividade ao restauro. Através da Soap, ele contactou
amigos em Brasília e conseguiu trazer para Pirenópolis patrocínios
milionários. E assim a Soap restaurou por duas vezes a Matriz, restaurou
o Teatro, reconstruiu o Cine Pireneus, refez a Ponte do Carmo etc.
A pedido do governador Marconi Perillo, Reis disponibilizou a Soap para
receber o dinheiro que será direcionado a Pirenópolis e assim quitar as
despesas da Festa do Divino deste ano. Essa missão ele deixou sem
concluir.
A última vez que nos encontramos foi na 3ª Feira Literária de
Pirenópolis (Flipiri), quando o vi se desdobrar para montar o estande de
exposição da Aplam. “Nossa Academia não pode ficar de fora” -
contou-me. Naquela mesma semana ele me ligou para saber se eu tinha
gostado da Feira, falamos algumas trivialidades, e nunca mais tive
contado com ele.
Esta semana, Reis sofreu um infarto em Pirenópolis, sozinho na casa
onde morava. Levado para Brasília, não resistiu e morreu hoje,
28.5.2001. Perdi um amigo, Pirenópolis perdeu um benfeitor. Homem
honesto e íntegro, por suas mãos passaram aproximadamente uns R$ 10
milhões, nas tantas obras que gerenciou em Pirenópolis, mas ninguém
nunca duvidou de qualquer ato seu. Pelo contrário, a Soap recebeu um
ofício de menção honrosa do Ministério da Cultura, pela excelência na
prestação de contas das obras sob sua gestão.
Agora Reis deve ter ido se encontrar com o amigo Emílio de Cavalho em outros planos da criação.
Foto: J. Freitas - ABr
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Na
foto de J. Freitas, dia 6.6.2003, o governador de Goiás, Marconi
Perillo, repassa a José Reis, presidente da Soap, cheque de R$ 1,1
milhão, para a reconstrução da Igreja Matriz.